UM DOS TEXTOS MAIS INCRÍVEIS QUE LI NA VIDA (fonte: clique aqui). Fiquei tocada demais, lembrei demais da relação que eu tive com meu querido PAI(drasto) JOSÉ AUGUSTO, pai que na infância eu ansiava em ter e que DEUS me presenteou quando eu completei onze anos (leia sobre a gente clicando aqui). Ele me ensinou MUITO na vida, principalmente valores éticos e MORAIS. Muitos anseiam por isso e nada conseguem ou pedem a canais de tv para encontrá-los apenas para um abraço, outros os têm, de graça, de coração aberto e não dão o devido valor. Esse texto diz tudo sobre relação pai e filho:
"Todo filho é pai da morte de seu pai"
(Fabrício Carpinejar)
"FELIZ DO FILHO QUE É PAI
DE SEU PAI ANTES DA MORTE,
E TRISTE DO FILHO QUE APARECE
SOMENTE NO ENTERRO E
NÃO SE DESPEDE UM POUCO POR DIA."
Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se
sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de
seu pai. É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro
de uma névoa. Lento, devagar, impreciso. É quando aquele pai que segurava com
força nossa mão já não tem como se levantar sozinho. É quando aquele pai,
outrora firme e instransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da
respiração para sair de seu lugar. É quando aquele pai, que antigamente mandava
e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a
janela - tudo é corredor, tudo é longe. É quando aquele pai, antes disposto e
trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus
remédios. E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e
aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou
depende de nossa vida para morrer em paz. Todo filho é pai da morte de seu pai.
Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última
gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos
foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da
escolta. E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas
e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos
pais. Uma das primeiras transformações acontece no banheiro. Seremos pais de
nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro. A barra é emblemática.
A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas. Porque o chuveiro,
simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos
protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos
braços nas paredes. A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas
paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões. Pois
envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada
mesmo sem degraus. Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada
detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos
arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais
adoecem e precisariam da gente? Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do
acesso caracol, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete. E feliz do filho
que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no
enterro e não se despede um pouco por dia. Meu amigo José Klein acompanhou o
pai até seus derradeiros minutos. No hospital, a enfermeira fazia a manobra da
cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira: —
Deixa que eu ajudo. Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no
colo. Colocou o rosto de seu pai contra seu peito. Ajeitou em seus ombros o pai
consumido pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo. Ficou segurando um
bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo equivalente à sua
adolescência, um bom tempo, um tempo interminável. Embalou o pai de um lado
para o outro. Aninhou o pai. Acalmou o pai. E apenas dizia, sussurrado: — Estou
aqui, estou aqui, pai! O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que
seu filho está ali.
(delícia, depois de ler um texto tão sensível, visualizar essa imagem,
olha a carinha do pai, parece um menino entregue nas mãos do filho)
la em casa somos em 3 ... acredito que eu cuidarei de meus pais na velhice ... da minhas irmãs nem sei sabe... lindo texto flor .. vai la no meu blog pra ver que sucesso ..bjus
ResponderExcluirLinda a mensagem que o texto nos passa, ate chorei e emocionante. Bjs.
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