HOJE, 14.07.2015, COMEMORO MEUS 17 ANOS NO MESMO ESCRITÓRIO!
Láááá em meados de 1998, uma mocinha de 21 anos, prestes a
concluir o curso de direito, ansiava por uma oportunidade em algum escritório
de advocacia em nossa querida cidade de Assis – SP. No mês de abril daquele
mesmo ano decidiu que precisava se embrenhar no mundo jurídico real, tinha zero
de experiência na área, apenas o conhecimento adquirido nos bancos acadêmicos,
que, diga-se de passagem, assusta um recém-formado.
A mocinha não era o típico “quintoanista” de direito que geralmente julga-se sabedor de tudo só por estar no último ano, a mocinha estava assustada com o que ainda estava por vir pós-conclusão do curso em dezembro de 1998, sempre teve os pés no chão, sempre trabalhou, sempre soube que deveria ir atrás das próprias conquistas, os pais a apoiavam moralmente, ela devia correr atrás do resto, com muita luta e suor sempre, tanto que, foi a primeira pessoa da família materna a conquistar o diploma de curso superior.
A mocinha não era o típico “quintoanista” de direito que geralmente julga-se sabedor de tudo só por estar no último ano, a mocinha estava assustada com o que ainda estava por vir pós-conclusão do curso em dezembro de 1998, sempre teve os pés no chão, sempre trabalhou, sempre soube que deveria ir atrás das próprias conquistas, os pais a apoiavam moralmente, ela devia correr atrás do resto, com muita luta e suor sempre, tanto que, foi a primeira pessoa da família materna a conquistar o diploma de curso superior.
Perspicaz, sabia como era difícil o dia a dia da vida
adulta, já sabia o que eram contas fixas, que estas deviam ser quitadas no
prazo, então estava ciente do que o futuro esperava dela e correu atrás mais
uma vez. Libriana, pesou prós e contras, decidida, pediu demissão do emprego
formal de auxiliar de escritório na empresa Franzuk (ainda em atividade), ocupação
que lhe permitiu quitar as despesas estudantis daquele momento, fato para o
qual terá eterna gratidão. Com rescisão nas mãos era chegada a hora de dar
novamente uma virada que de tempos em tempos todos nós passamos, pré primário,
vira para o ensino fundamental, vira para o ginasial, vira para o colegial,
vira para a graduação e então chegamos ao mundo adulto de verdade, a profissão
escolhida bate à nossa porta e diz, SE VIRA!!! A mocinha quis responder: E
AGORA JOSÉ!?
Naquela época internet era para poucos, engatinhando, única
opção era discada, horário mais barato da meia noite às seis da manhã, acho que
foi precursor dos adolescentes entrarem noite adentro conectados até hoje, um
famoso barulhinho “xiiiitóintóintóinxixixixixi” e pra carregar uma
página levava cerca de uns dois minutos. Então, a mocinha pegou sua única opção
de ajuda, a lista telefônica local (outra coisa em extinção, acho que ela viveu
na pré-história, risos), nas famosas páginas amarelas, onde estavam listadas
empresas da cidade, buscou escritório de advocacia, tinha lá uns dezoito
endereços e a saga começou.
Arrancada a página amarela dos escritórios,
amanheceu, tomou café reforçado, foi em busca de sua melhor vestimenta, dentro
das poucas opções da época em seu armário, e saiu confiante, estava certa de
sua decisão, embora tivesse emprego formal, não era o que havia sonhado e pra
conquistar este deveria se aventurar. Pobre mocinha, ouviu tanto não, durante
dias a fio, que seu “eu interior” já estava respondendo antes mesmo de ouvir
isso dos donos dos escritórios por onde passava. Quando riscou o último nome da
lista amarela, semanas depois de iniciada a saga, caiu aos prantos, sim, a
mocinha chorou por uma tarde inteira, desabafou com os pais e já não tinha
tanta certeza se deveria ter saído de sua zona de conforto no emprego formal.
Eis que, a dançarina Carla Perez do “É o Tchan”,
então no auge do sucesso, tanto quanto hoje estão Ivete Sangalo, Anitta, Luan
Santana, Thiaguinho e outros, lança uma coleção de sandalinhas infantis, ÁHHH TÁHHH
E O QUE ISSO TEM A VER COM A MOCINHA DESSA HISTÓRIA? Tudo! Em busca do
acessório da moda para dar de presente a uma afilhada, a mãe da mocinha comenta
com uma amiga, na frente da vendedora da loja de calçados (uma Santa!) que a
filha chorou porque estava difícil entrar em algum escritório diante da
desconfiança geral, gentilmente a vendedora pediu desculpas por ter ouvido a
conversa, afirmou que havia deixado o emprego de secretária em um escritório de
advocacia porque como vendedora iria ganhar salário, mais comissão pelas
vendas, anotou o telefone em um papelzinho, entregou à mãe da mocinha e disse
“talvez sua filha possa começar como secretária, terá acesso a vários
processos, já será um começo”.
A genitora se sentindo toda poderosa com aquele
papelzinho em mãos, poderosa como a guerreira que sempre foi, chegou em casa
com uma carga de ânimo pra filha, mas esta estava desacreditada, quase três
meses de muitos “nãos” já antevia a entrevista e resultado negativo, mas sua
mãe, otimista desde sempre, sem falar com a mocinha ligou ao tal escritório,
marcou horário para uma entrevista, quando contou que ela tinha que estar no
endereço tal dia, tal hora, houve um princípio de irritação, “que liiiindoooo,
o advogado vai falar nossa a mamãe precisa ligar no lugar da entrevistada
imatura!”, a resposta “não, não vai falar porque liguei passando-me por você e
não pela mamãe”, ela é danada!
No dia combinado, com minha melhor roupa (de frio,
e estava um calor infernal, risos, suei bicas enquanto o nervosismo não passava,
mas era minha melhor vestimenta, risos, estudante pena demais) cheguei ao
local, passei pela entrevista, ficaram de me dar resposta entre uma semana e
dez dias, enquanto isso busquei ainda mais qualificação, fiz aula de computação
na categoria “vip”, pago com dinheiro da rescisão trabalhista, foram dez dias
intensivos de aulas, formatação, word, excel, etc etc etc, só eu, a professora
e o computador na sala, como eu já datilografava o aprendizado foi ágil, aliás,
época em que ter um computador em casa era um luxo tal qual ter a última smartv
em hd nos dias atuais, então eu tinha que aproveitar e muito o curso, o custo
foi alto na época, mas muito proveitoso até os dias atuais.
Concluído o curso de informática, a mocinha foi
contratada como secretária no tal escritório, tinha então a confiança dos
advogados em si, desceu as escadas do prédio do escritório com sorriso largo,
não conseguia parar de sorrir naquele 14 de julho de 1998, minha virada
definitiva pra vida profissional (a vendedora da sandalinha da Carla Perez era
sábia e Santa! Pois sendo secretária eu ainda teria salário), com possibilidade
de acesso irrestrito a todo o arquivo e processos que entrassem no escritório.
Com direito ainda às chaves do escritório, podia usar o computador da recepção,
estudar com livros da vasta biblioteca do local, estudava tudo que era possível
e apresentado a mim, ficava tardes com um processo nas mãos, lendo e esmiuçando
como era o procedimento (“passo a passo”) de cada caso específico, descobrindo
como eram formalizadas as certidões de oficiais de justiça, atos dos
escreventes, decisões parciais e sentenças dos juízes, sinto saudades daquela
época de tantas descobertas, quando o google nem em sonhos existia.
Naquela época os estagiários não eram tão bem
vistos como nos dias atuais, a maioria dos advogados que estavam na lista das
páginas amarelas, do índice telefônico por ela utilizado, a entrevistou e tinha
uma regra geral, não contratar recém-formados ou estagiários, argumentando que
não iria “criar cobra pra lhe picar futuramente”, no sentido de correr o risco
de estender as mãos para quem, no futuro, pudesse querer ficar com seus
clientes.
Hoje, depois da oportunidade dada e agarrada, ETERNAMENTE
AGRADECIDA AOS DOIS ANJOS E ADVOGADOS QUE DEUS COLOCOU EM MEU CAMINHO, passados
exatos DEZESSETE ANOS NESTE MESMO ESCRITÓRIO, tenho orgulho de saber que provei
que tendo caráter, sendo honesta como meus pais sempre me ensinaram, sendo
lutadora em busca dos meus sonhos e ideais, estudiosa, leal, trabalhadora,
batalhadora, posso sim ser eternamente uma pessoa de CONFIANÇA e me orgulho
demais disso! Obrigada e meu eterno agradecimento a DEUS, mãe, pai (drasto – já
falecido), Dr. Elias Sant’Anna de Oliveira (Dr. Elias Pai – já falecido) e
Elias Sant’Anna de Oliveira Jr (Dr. Elias Jr). Que DEUS continue protegendo-os
para todo o sempre.
(*uma nota: e porque não dizer também minha gratidão a Carla Perez e à
vendedora,
com elas que tudo começou, risos.)
com elas que tudo começou, risos.)
(Eles confiaram em mim!!!)
Que texto emocionante!!
ResponderExcluirAdoro qdo se conta a história assim, eu tenho algumas assim no blog, com tanta riqueza de detalhes, assim da pra ver como VC lutou e por merecimento chegou até aí.
E todos nãos anteriores tinha um propósito maior 😏 o destino te levou até ai.
💗💗💗💗💗💗💗💗💗😘💜💜💜💜💜💜💜💜💜
Meus parabéns, é muitoooo tempooooo mesmo num mesmo escritório. No inicio nada é facil mesmo, mas em tudo na vida é assim e vc conseguiu e esta ali super bem.
ResponderExcluirFiquei orgulhosa de vc e conhecer um pouco de sua história..
bjos